Apparício Fernando de Brinkerhoff Torely nasceu no Rio Grande do Sul, em 1895.
Em 1925 foi para o Rio de Janeiro trabalhar nos jornais "O Globo" e "A Manhã". Já em 1926, fundou o jornal "A Manha", em formato tablóide, que serviu de inspiração para jornalistas e humoristas criarem, 40 anos mais tarde o jornal "O Pasquim", com os mesmos propósitos de humor crítico.
Durante a Revolução de 1930, quando Getúlio Vargas partiu de trem rumo à capital federal, então o Rio de Janeiro, propagou-se pela imprensa que haveria uma batalha sangrenta em Itararé. Isto, foi vastamente divulgado na imprensa.
Apporelly não ficou de fora desta tendência. Esta batalha ocorreria entre as tropas fiéis a Washington Luis e as da Aliança Liberal que, sob o comando de Getúlio Vargas, vinham do Rio Grande do Sul em direção ao Rio de Janeiro para tomar o poder. A cidade de Itararé fica na divisa de São Paulo com o Paraná, mas antes que houvesse a batalha "mais sangrenta da América do Sul", fizeram acordos. Uma junta governativa assumia o poder no Rio de Janeiro e não aconteceu nenhum conflito. O Barão de Itararé comentaria este fato mais tarde da seguinte maneira:
Em 1925 foi para o Rio de Janeiro trabalhar nos jornais "O Globo" e "A Manhã". Já em 1926, fundou o jornal "A Manha", em formato tablóide, que serviu de inspiração para jornalistas e humoristas criarem, 40 anos mais tarde o jornal "O Pasquim", com os mesmos propósitos de humor crítico.
Durante a Revolução de 1930, quando Getúlio Vargas partiu de trem rumo à capital federal, então o Rio de Janeiro, propagou-se pela imprensa que haveria uma batalha sangrenta em Itararé. Isto, foi vastamente divulgado na imprensa.
Apporelly não ficou de fora desta tendência. Esta batalha ocorreria entre as tropas fiéis a Washington Luis e as da Aliança Liberal que, sob o comando de Getúlio Vargas, vinham do Rio Grande do Sul em direção ao Rio de Janeiro para tomar o poder. A cidade de Itararé fica na divisa de São Paulo com o Paraná, mas antes que houvesse a batalha "mais sangrenta da América do Sul", fizeram acordos. Uma junta governativa assumia o poder no Rio de Janeiro e não aconteceu nenhum conflito. O Barão de Itararé comentaria este fato mais tarde da seguinte maneira:
"Fizeram acordos. O Bergamini pulou em cima da prefeitura do Rio, outro companheiro que nem revolucionário era ficou com os Correios e Telégrafos, outros patriotas menores foram exercer o seu patriotismo a tantos por mês em cargos de mando e desmando… e eu fiquei chupando o dedo. Foi então que resolvi conceder a mim mesmo uma carta de nobreza. Se eu fosse esperar que alguém me reconhecesse o mérito, não arranjava nada. Então passei a Barão de Itararé, em homenagem à batalha que não houve."
Na verdade, em outubro de 1930, Apparício se autodeclarara Duque nas páginas de A Manha:
"O Brasil é muito grande para tão poucos duques. Nós temos o quê por aqui? O Duque Amorim, que é o duque dançarino, que dança muito bem mas não briga e o Duque de Caxias que briga muito bem, mas não dança. E agora eu, que brigo e danço conforme a música."
Em 1934, fundou o Jornal do Povo. Nos dez dias em que durou, o jornal publicou em fascículos a história de João Cândido, um dos marinheiros da Revolta da Chibata, de 1910 chamando-o carinhosamente de "Almirante negro".

O barão foi sequestrado e espancado por oficiais da Marinha. Depois disso, voltou à redação do jornal e colocou uma placa na porta onde se lia: "Entre sem bater".

Militante e um dos fundadores da Aliança Nacional Libertadora, foi preso pela polícia política de Getúlio Vargas e ficou na Casa de Correção durante todo o ano de 1936. Ali conviveu com Graciliano Ramos, que descreveria o encontro dos dois na cadeia e o drama de centenas de presos políticos em "Memórias do Cárcere".
Continuaria a entrar e sair da prisão quando Getúlio se tornou ditador, durante o período chamado Estado Novo (1937-1945). Nessa ocasião, o barão já se casara pela terceira vez - e logo ficaria viúvo.
Durante seis anos, a partir de janeiro de 1938, publicou no "Diário de Notícias" a coluna "A manhã tem mais...".
Em 1945, conheceu Pablo Neruda, o poeta chileno, que lhe dedicou estes versos: "Ao Barão de Itararé / um grande entre os grandes / com respeito o saúda / de pé / o poeta dos Andes: / Neruda". No mesmo ano, ressurgiu "A Manha", com enorme sucesso. Colaboravam no jornal escritores de renome: José Lins do Rego, Sérgio Milliet, Rubem Braga, Raimundo Magalhães Jr. e Álvaro Lins.
Aporelly, como o humorista assinava, foi eleito vereador do Rio de Janeiro pelo Partido Comunista Brasileiro. O slogan de sua campanha política era: "Mais leite, mais água, mas menos água no leite - Vote no Barão de Itararé, Aparício Torelly". Em 1947, o registro do partido foi cassado e o "barão" perdeu o mandato.
Convidado pelo líder comunista Luiz Carlos Prestes, Aporelly começou a escrever na "Folha do Povo", junto com o poeta Carlos Drummond de Andrade, o pintor Di Cavalcanti e o escritor Jorge Amado.
Nos anos 1950, "A Manha" voltou novamente a circular e o jornalista passou a viver em São Paulo. Nessa época, lançou várias edições do "Almanhaque", uma paródia dos almanaques tradicionais. Trazia, por exemplo, a biografia de Aparício e de sua família. Senhor feudal de Bangu-sur-mer, o barão seria um "homem sem segredos que vive às claras, aproveitando as gemas e sem desprezar as cascas", um "grande herói que a pátria chora em vida e há de sorrir, incrédula, quando o souber morto".
Outra marca registrada de Aporelly está presente no "Almanhaque": suas tiradas, como: "A estrela de Belém foi o primeiro anúncio luminoso" ou a confusão que o teria feito aderir ao integralismo, cujo lema era "Deus, Pátria e Família!", e que o barão teria entendido como "Adeus, pátria e família!".
Convidado pelo governo comunista de Pequim, o barão fez uma viagem pela China, em 1963, e foi também a Moscou, capital da Rússia (então União Soviética). De volta ao Rio de Janeiro, isolou-se em seu pequeno apartamento, no bairro de Laranjeiras, onde morou até sua morte, aos 76 anos.
Fontes:Continuaria a entrar e sair da prisão quando Getúlio se tornou ditador, durante o período chamado Estado Novo (1937-1945). Nessa ocasião, o barão já se casara pela terceira vez - e logo ficaria viúvo.
Durante seis anos, a partir de janeiro de 1938, publicou no "Diário de Notícias" a coluna "A manhã tem mais...".
Em 1945, conheceu Pablo Neruda, o poeta chileno, que lhe dedicou estes versos: "Ao Barão de Itararé / um grande entre os grandes / com respeito o saúda / de pé / o poeta dos Andes: / Neruda". No mesmo ano, ressurgiu "A Manha", com enorme sucesso. Colaboravam no jornal escritores de renome: José Lins do Rego, Sérgio Milliet, Rubem Braga, Raimundo Magalhães Jr. e Álvaro Lins.

Convidado pelo líder comunista Luiz Carlos Prestes, Aporelly começou a escrever na "Folha do Povo", junto com o poeta Carlos Drummond de Andrade, o pintor Di Cavalcanti e o escritor Jorge Amado.
Nos anos 1950, "A Manha" voltou novamente a circular e o jornalista passou a viver em São Paulo. Nessa época, lançou várias edições do "Almanhaque", uma paródia dos almanaques tradicionais. Trazia, por exemplo, a biografia de Aparício e de sua família. Senhor feudal de Bangu-sur-mer, o barão seria um "homem sem segredos que vive às claras, aproveitando as gemas e sem desprezar as cascas", um "grande herói que a pátria chora em vida e há de sorrir, incrédula, quando o souber morto".
Outra marca registrada de Aporelly está presente no "Almanhaque": suas tiradas, como: "A estrela de Belém foi o primeiro anúncio luminoso" ou a confusão que o teria feito aderir ao integralismo, cujo lema era "Deus, Pátria e Família!", e que o barão teria entendido como "Adeus, pátria e família!".

Convidado pelo governo comunista de Pequim, o barão fez uma viagem pela China, em 1963, e foi também a Moscou, capital da Rússia (então União Soviética). De volta ao Rio de Janeiro, isolou-se em seu pequeno apartamento, no bairro de Laranjeiras, onde morou até sua morte, aos 76 anos.
http://pensador.uol.com.br/autor/barao_de_itarare/biografia/
Entre sem bater - a vida de Apparício Torelly - o Barão de Itararé - Figueiredo,Claudio Editora Casa da Palavra
FRASES IMPAGÁVEIS DO BARÃO DE ITARARÉ
ResponderExcluir"A televisão é a maior maravilha da ciência a serviço da imbecilidade humana".
"Quem inventou o trabalho não tinha o que fazer.
"Senso de humor é o sentimento que faz voce rir daquilo que o deixaria
louco de raiva se acontecesse a você.
"O Brasil é feito por nós. Está na hora de desatar esses nós.
"Sábio é o homem que chega a ter consciência da sua ignorância.
"De onde menos se espera, daí é que não sai nada.