Cada dia que
passa, fica mais difícil de falar sobre política no Brasil, pois o entendimento
que a população tem sobre a política é desconexo da realidade, existe um senso
comum de que política, em nossa democracia representativa, é vedada a uma
classe de pessoas que, “supostamente”, teriam vocação para tratar de assuntos
relacionados a máquina pública, sendo assim, entramos no campo do, “nós e eles”.
Costumo perguntar para meus alunos do ensino
médio, o que é política? O que eles entendem por política? E é comum, receber
respostas do tipo “é roubar”, algo como uma arte, tipo crime do colarinho
branco, as pessoas em geral, não se vêem representadas, até por que político é
um cargo eletivo, passivo de mandato temporário, mas, uma vez que você entra,
não sai mais, salvo raras exceções, então quando há eleições, para a maioria
das pessoas, nós estamos mantendo cargos políticos ou encerando-os, há muito
pouca rotatividade nos cargos políticos, salvo nas últimas eleições, em que
houve uma aposta por parte da população por novatos, em uma tentativa
compreensível de acabar com a “velha política de troca de favores”, e o
resultado desta renovação está bem abaixo das nossas expectativas.
Certa vez, arrisquei tentar explicar a origem
etimológica da política há um aluno do segundo ano do ensino médio, que o termo
havia surgido com as Polis Gregas da antiguidade, e a política em seus
primórdios era baseada na democracia direta, o aluno respondeu que isso não era
política, expliquei que se você quer entender de determinado assunto, você tem
de saber sua origem e propósito, e ele me respondeu que não era isso, afirmando
que não sabia o que era, mas não era aquilo. Assim fica difícil explicar algo do princípio, quando há negação da ciência,
a fronteira do ciente para o não ciente cai por terra.
A internet tem parte de
culpa na desconexão da realidade quando qualquer pessoa pode expressar sua
opinião sem ter nenhum argumento para defende-la, passamos para o campo do
“achismo”, um neologismo cada vez mais comum no nosso cotidiano.
O debate para nós profissionais das ciências
humanas nunca foi tão difícil como ultimamente, com a geração Wikipedia baseada
na pós-verdade. Isso não acontece em outras ciências, por exemplo, um dentista,
nenhum leigo questiona o seu diagnóstico, pois seu conhecimento acadêmico é
respeitado, ninguém chega no consultório orientando-o de qual procedimento ele
deve tomar, o mesmo vale para todas as outras ciências como, engenharia,
direito ou medicina, agora o professor de história e de outras ciências humanas,
é sempre questionado, pois segundo os leigos, está tudo na internet, sim
concordo em parte, o conteúdo das outras ciências também está disponível na
internet, mas ter uma conta no facebook, participar de grupos de watsapp, e ter
pacote de dados não me transforma automaticamente em doutor em nada, muito
menos especialista em qualquer ciência.
Além do “achismo” e da “pós’verdade”,
convivemos com o fenômeno da “mula empacada”, ou como alguns especialistas
gostam de rotular “Síndrome de Gabriela”, nome em referência a letra de Dorival
Caymme, eternizada na música de Gal Costa, com o refrão “Eu nasci assim, eu
cresci assim... vou ser sempre assim”, fenômeno em que o indivíduo nega todas
as fontes factuais que contradizem suas convicções.
Indaguei meu sogro no feriado de páscoa sobre
as declarações do ministro da justiça, que ao conceder uma entrevista usou a
palavra “conge” ao se referir a cônjuge, e o que ele achava daquilo, para minha
surpresa, resumindo, ele me explicou que o
que ministro falara, estava correto, o resto do mundo que entendeu
errado.
Tempos difíceis...
Acho que no mundo que vivemos hoje, q política está uma merda, existem várias mentiras que confortam o povo e fazem com que o povo vote neles nas eleições !
ResponderExcluirO povo acaba se iludindo com propostas que o governo faz!
Acho q as pessoas ultimamente estão agindo mais por impulso do que com a vontade delas mesmos, acho q devemos se ouvir mais e fazer o que é certo é deixar comentários desnecessários de lado.
Letícia da R. Marques
Turma:222
Se tratando de política e complicado para muitos . Somos induzidos a cometer o erro de eleger uns políticos que são corupitos e mentiroso com metira e fácil de convencer .unhas pessoas sem informações sobre isso é difícil de saber quem fala verdade ou Ta mentindo .minha opinião .
ResponderExcluirAss. Cleber t. 9 .1
Síndrome de Gabriela
ResponderExcluirÉ um texto que fala sobre como hoje em dia a política no Brasil é muito difícil de ser entendida e também discutida,para a nova geração quando se fala em política vem logo na mente “roubo” ou algo do tipo, não se sentem representados, pois pelo que aconteceu no passado, a política infelizmente é caracterizada assim, diz o texto que a professora até tenta explicar o que é a política e diz que se quisermos aprender algo devemos saber da origem, mais o aluno não quis saber, discordando e achando que ele sabe mais, “achismo” o que ele acha que sabe por viu em algum grupo de Whatsapp ou Facebook, diz também sobre mais dois fatores, o pós verdade e a síndrome da mula empacada, quando uma pessoa nasce, é responsabilidade dos pais passarem conceitos e deveres, nisso a pessoa acha que os conceitos e deveres aprendidos pelos pais são os únicos certos, e mesmo o mundo mudando por milhares de circunstâncias a pessoa não evolui junto pensa que nasceu assim tem que morrer assim, as vezes ela até não quer.