Os Sofistas
eram os caras que vendiam o conhecimento na Grécia antiga, consideravam-se
supersábios, antes mesmo de haver escolas, então onde aprendiam? Pois é, o
pouco que se sabe é que eram itinerantes, viajavam de cidade em cidade do mundo
Grego e ensinavam de tudo, dês de fabricar sapatos até a ciência política, para
quem estivesse disposto a pagar, é claro.
A pólis
Grega de Atenas, berço da democracia, era o principal palco de atuação dos
sofistas, a arte da retórica e da oratória eram virtudes necessárias para o bom
desempenho na vida publica.
A retórica,
principal arma dos Sofistas, está baseada na arte através da oratória, derrubar
teses contrárias as suas e convencer as pessoas que a sua verdade é a verdade
absoluta.
Os Sofistas
eram os donos do campinho até que surge Sócrates com a sua dialética, o pai da
Filosofia afirmava que, a opinião é uma expressão individual, já o conceito é
universal, isto é, valido para todos. Nesse sentido, os sofistas ensinavam a
retórica para convencer os outros que sua opinião é a melhor. Já Sócrates
ensinava a dialética, ou seja, fazia de conta que não sabia nada para levar as
pessoas admitirem a sua falta de conhecimento, e através de questionamentos,
chegar a um conhecimento próprio.
Sócrates
ensinava em espaços públicos, e não cobrava por suas aulas, pois para ele, o
ensino não era uma mercadoria que podia ser comprado e afirmava que a verdade
está no interior de cada indivíduo, conceito sintetizado na frase de Sócrates,
“Conhece-te a ti mesmo e conhecerá os deuses e o universo”.
O fim de
Sócrates foi trágico, foi acusado de “corromper a juventude Ateniense”, foi condenado
a morte por envenenamento.
Ta e os
Coachs? Como profissão o termo começou nos Estados Unidos quando as
técnicas do treinador esportivo, que é
Coach em inglês, foi adaptado ao mundo dos negócios, quando eles se propuseram
a dar palestras motivacionais, isso abriu uma espécie de caixa de Pandora,
porque gente com profissões respeitadas se posicionaram como coachs, tipo
professor de língua portuguesa se apresentando como “coach para concurseiro”,
daí em diante é ladeira abaixo, uma horda de leigos tem se apresentado como
especialistas em quase tudo, mas detalhe, sem a mínima formação acadêmica,
desprezam o conhecimento a pesquisa acadêmica e os profissionais diplomados,
tem coach pra tudo, depressão, emagrecimento, relacionamento e até para se
tornar milionário reprogramando seu DNA, o charlatanismo é tamanho, que tem até
Coach afirmando que os judeus nos campos de concentração na Alemanha Nazista
simplesmente se entregavam, porque não tinham um “propósito maior”, e a figura
do Coach reprogramaria suas mentes salvado-os do holocausto, ou seja, na visão
deles, faltou um Coach para os judeus.
A crise
econômica que o Brasil enfrenta na atualidade, é campo fértil para esse tipo de
oportunismo, focam nos desempregados que devido à condição, estão mais
vulneráveis e com auto-estima baixa, rotulando-os como pessoas com inabilidade
emocional, ou em pessoas com dificuldades interpessoais, se em um
relacionamento, por exemplo, você é traído, apontam a culpa como sendo sua,
pois não tem o que chamam de “Inteligência emocional”, apresentando-se como a
mão amiga disposta a ajudar, contanto que você pague o preço da ajuda.
Com vocabulário
próprio, esse pessoal coloca uma roupa nova em conceitos conservadores,
trabalhador passa a ser chamado de “colaborador”, com a clara intenção de fazer
você esquecer que está trocando força de trabalho por capital, tornando-se um colaborador
você passa a pensar que trabalha por um “bem maior”, que na realidade é o
enriquecimento do patrão, ou usando a expressão “Resiliência”, criada para
glamorizar o sofrimento individual em detrimento dos problemas sociais,
costumam também utilizar palavras em inglês com intenção de trazer uma
conotação intelectual, mesmo a palavra tendo o mesmo significado em português,
com a clara intenção de monstrar que o Coach é um especialista no assunto, escancarando
o caráter de sobreposicionamento da cultura norte americana sobre a nossa e o
grau de subserviência em relação a ela, viralatismo puro.
Quase todo
Coach tem um guru pseudointelectual, o cara que é sustentado pela rede de
seguidores que reproduzem os seus conceitos, criando uma espécie de pirâmide,
onde quanto maior a sua base de apoio maior a visibilidade e o capital
acumulado, algo tipo relação de vassalagem e susseranagem do período feudal, só
que adaptada ao século vinte e um.
Existe um projeto
de lei tramitando no senado que criminaliza quem tem real propósito de
enriquecimento a curto prazo com a exploração da boa-fé das pessoas por Coachs
que não tem certificação legal nem diploma válido.
Já que não
temos um Sócrates para contrapor os Neosofistas, a sociedade organizada deve
impor a agrura da lei para coibir a pratica de falsas promessas e a proliferação
de enganadores e charlatões.
O Sócrates ensinava os jovem a aprende ea a questiona por conta própria por ser uma pessoa voluntária não ensinava por propina ou em interesse de dinheiro e sim pelo aprendizado desses jovens..
ResponderExcluirMichael turma t91
Hoje em dia tem muito disso, pessoas querendo se passar por coach sem ter se quer uma mínima formação e querendo ganhar as custas dos outros, deveríamos ter mais pessoas como Sócrates que ensinava o certo sem cobrar nada e sem nenhum interesse. Gabriele e Robson da turma T91
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